Em sétima queda consecutiva, Copom reduz Selic para 10,50% ao ano

Comitê de Política Monetária (Copom), em decisão dividida anunciou nesta quarta (8) a redução dos juros em 0,25 ponto percentual, (de 10,75% para para 10,5% ao ano). Essa foi a sétima queda consecutiva da Selic. A decisão era esperada pelo mercado, que passou a opostar em redução do ritmo de cortes após o governo mudar a meta fiscal e essa decisão afetar as expectativas de inflação.

Os  diretores do BC não sinalizaram se manterão o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Enquanto isso, apesar do mercado ter dúvidas sobre quando o ciclo de queda se encerrará, a certeza é que ele será menor do que o previamente projetado. A mediana das apostas está em 9,63% ao ano, segundo o Focus. Há quatro semanas estava em 9% ao ano.

A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela. Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê também reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta“, informou o BC no comunicado do Copom.

Decisão do Copom mostra divisão na diretoria do BC

A decisão do Copom mostrou que há uma divisão clara na diretoria do BC. Os três diretores e o presidente, Roberto Campos Neto, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, votaram pela queda 0,25 ponto percentual. Soma-se a esse grupo o diretor de Regulação, Otávio Damaso, indicado para o posto pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Já os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por uma redução de 0,5 ponto percentual.

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Mudança de meta fiscal mudou apostas

A mudança da meta fiscal se traduziu em aumento das expectativas de inflação.

Após a decisão do governo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, passou a dar ênfase nos discursos sobre a necessidade de ancorar as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, o ciclo de quedas de juros será menor do que o esperado anteriormente pelos economistas.

Campos Neto deu um recado importante sobre expectativas de inflação ao dizer que o BC terá um “trabalho difícil à frente”, mas que fará o que for necessário para ancorar as estimativas. Segundo ele, esses dados são muito relevantes para o Copom e que fará o que for necessário para ancorar as expectativas.

 

Fonte: EXAME

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